miércoles, mayo 30, 2007

Etnografía e Historia de la Escuela

Damos la bienvenida al blog del CEINCE
reproduciendo uno de sus posteos:




II Encuentro de Etnografía Histórica de la Escuela. 2 de Junio
EL próximo 2 de junio se celebrará en el Ceince, el II Encuentro de Etnografía Histórica de la Escuela.
Este encuentro es una actividad inserta en el plan del área de memoria de la escuela del Ceince.

Con ella se pretende apoyar iniciativas de investigación y estudio de las experiencias pasadas y actuales de vivencia de la cultura escolar en los propios espacios donde se genera.

De esta forma se impulsa una visión antropológica de la escuela intentando captar el devenir educativo desde las miradas interiores de los propios protagonistas, es decir, los profesores, las alumnos, los padres, etc.
El seminario cuenta con el apoyo del profesor de Antropología Social y Cultural de la UNED, Ángel Díaz de Rada, quien además de aportar reflexiones orientadas a la investigación aplicada en etnografía de la escuela, dirigirá el análisis del coloquio en torno a proyectos de estudio de la cultura escolar que están ya en la Comunidad de Castilla y León.
El programa se puede descargar en http://www.ceince.eu/ , en la sección de actividades.

domingo, mayo 27, 2007

Manuales escolares coloniales africanos

Chant grégorien pendant la procession. 1950 *

Projet sur les Manuels Scolaires Coloniaux Africains


La Recherche sur les manuels scolaires coloniaux africains au Centre Aequatoria de Bamanya/Mbandaka (Congo - Kinshasa)

L'origine du Centre Aequatoria est à situer en 1937 quand Edmond Boelaert et Gustaaf Hulstaert ont lancé le périodique "Aequatoria". La documentation de base actuellement présente au Centre Aequatoria remonte à cette époque.
Les Archives AequatoriaL'apport le plus large aux archives, provient de Gustaaf Hulstaert. Il a légué au Centre toute sa correspondance scientifique, ses enquêtes sur les dialectes Mongo, ses notes sur la faune et la flore. Les legs contiennent également une partie des Papiers Boelaert. Les Archives ont ensuite acquis la documentation concernant les écoles de plusieurs postes de Mission du Diocèse.

Entre 1992 et 1994, les Archives ont été microfilmées grâce à une subvention de l'African Archives and Museum Project (Social Science Research Council/American Council of Learned Societies).

Pour le catalogie détaillé voir www/aequatoria.be/archives_project.
Documentation sur l'éducation scolaire colonialeLes documents concernant l'éducation coloniale scolaire portent sur la période de 1926 à 1972 et comptent environ 8.000 pages. Il s'agit principalement de listes d'étudiants, résultats d'examens, discussions sur le curriculum, circulaires, rapports d'inspections.
Manuels scolaires coloniaux

Le Centre possède une collection d'environ 600 manuels scolaires et religieux en 35 langues congolaises, le plus ancien datant de 1897. Cinquante-cinq livrets scolaires ont été traduits en français dans le cadre d'un projet patronné par le Professeur Jewsiewicki de l'Université Laval au Québec.
Programme de recherche

La recherche sur les manuels scolaires coloniaux a commencé au Centre Aequatoria avec les études sur la terminologie et l'histoire de la langue d'éducation scolaire.

Depuis 1994, l'attention a porté surtout sur l'établissement d'un inventaire des éditions des manuels au Congo colonial et sur leurs dépôts dans les grandes bibliothèques occidentales. Pendant cette même période, des recherches de méthodologie et des analyses idéologiques ont été entamées et sont en cours de publication.

L'étude du manuel scolaire colonial africain est d'importance dans les domaines suivants:

(1) Linguistique: Les manuels contiennent les plus anciens morceaux de la littérature orale en une forme écrite, très imparfaite mais conservant parfois une forme de la langue maintenant disparue.

(2) Histoire: La présentation de l'histoire de la conquête coloniale, l'évolution de l'occupation, et le développement des arguments de justification de celle-ci, peuvent faire autant d'objets de recherche à partir des manuels.

(3) Politique: La plupart des chefs politiques de la première et de la deuxième génération ont été éduqués par les manuels scolaires étudiés ici. Leurs conceptions sur l'Etat, la communauté et l'autorité, ont été formellement influencées par ces textes.

(4) Anthropologie: Les dimensions anthropologiques du concept pédagogique, contenu dans les manuels, sont un très riche domaine de recherche. La présentation et la qualification morale des mœurs et de l'organisation sociale et familiale traditionnelles, sont toujours conçues et exprimées en contraste avec la civilisation occidentale (et chrétienne).

(5) Pédagogie: Les manuels montrent l'évolution des méthodes pédagogiques en Occident et les tentatives d'adaptation au public congolais. D'une certaine importance, mais pas encore étudiée, est la dépendance des manuels coloniaux par rapport aux exemples métropolitains.

(6) Idéologie: Une recherche intéressante peut être entamée sur le contenu des concepts mis en oeuvre dans les textes, concernant la religion, la race, la civilisation, le droit à l'occupation coloniale, la supériorité de la culture occidentale. On devra veiller à reconnaître les orientations spécifiques des puissantes Congrégations religieuses d'enseignants comme les Frères des Ecoles Chrétiennes, qui ont dominé la scène pendant une longue période. L'intervention directe et indirecte de l'Administration coloniale dans le contenu du curriculum peut être une autre piste de recherche.
Adresses:B.P. 276 Mbandaka ZaireAdresse à utiliser en période d'instabilité au Congo:

Aequatoria, Stationsstraat 48, B-3640 Lovenjoel, Belgique

Téléphone et fax: (32) (0)16-46.44.84 (Belgique)



* La ilustración fue tomada de
http://www.aequatoria.be/English/HomeEnglishFrameSet.html

Agradecemos a Honoré Vinck archivista del Centre de Recherches Culturelles Africanistes quien nos autorizó gentilmente su reproducción. Y a Frank Simon (Presidente de la International Standing Conference for the History of Education) quien realizó los contactos en Bélgica.

viernes, mayo 18, 2007

Museos escolares 16 (?)

A escola e o museu, o recalque e o fantasma
No final do século XIX, com a proclamação da República, a antiga Província de Minas Gerais se viu tomada pela busca de modernização e de rompimento com seu passado colonial e monárquico. Para isso, era preciso uma nova Capital. Ouro Preto, a velha Vila Rica, construiu-se de modo desordenado sob o ritmo da exploração do ouro, a partir do final do século XVII, entre montanhas, nuvens, frio, pedra e mofo, seguindo o padrão colonial de ocupação em torno de um caminho, mais tarde a rua “direita”.
Para os novos padrões higienistas e atendendo a um novo gosto e a uma busca de organização racional e hierárquica do espaço, que manifestasse o poder e sua desigual distribuição, surgiu Belo Horizonte, a nova e planejada Capital.No alto de uma colina, erigiu-se o centro de poder e de administração do Estado em torno do Palácio da Liberdade e da praça de mesmo nome. Com os edifícios das secretarias de Estado, da Biblioteca Pública, da sede da Arquidiocese, de poucos prédios residenciais, dentre os quais se destaca o Edifício Niemeyer, a Praça se tornou, ao longo do tempo, uma mistura de estilos unificada pelos jardins e por suas palmeiras imperiais que caminham em direção ao Palácio.
Exemplos de arquitetura art-nouveau estão ao lado das linhas brancas, sensuais e sinuosas do modernismo brasileiro, de prédios de estilo eclético, do monolítico bloco art-deco da Cúria da Arquidiocese e da combinação de todas essas referências arquitetônicas, que as espelha, talvez como paródia, no edifício pós-moderno desenhado por Éolo
Na cidade sem mar ou ponto de referência marcante, os novos habitantes sabem bem onde estão em relação a ela.É nessa Praça que foi construído o prédio que, durante anos, abrigou a Secretaria de Estado da Educação e, posteriormente, a partir de 1994, o Centro de Referência do Professor (Cerp) e o Museu da Escola, criados nesse ano.Inspirado no Musée National de L'Éducation de Rouen, na França, o Museu da Escola foi montado a partir de doações de acervos pessoais e de escolas, e constitui um dos raros museus dedicados à escola na América Latina. Abriga uma reserva técnica e reconstituições de antigas salas de aula que guardam a memória da educação pública e republicana do Estado, com ênfase na prática diária, cotidiana, do professor e de seus alunos. Seu acervo, tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), é composto por cerca de cinco mil peças, entre mobiliário, objetos escolares, cartilhas e fotografias, que datam do século XIX e primeira metade do século XX.Esse patrimônio encontra-se agora seriamente ameaçado. O Governo do Estado decidiu transferir o centro administrativo para a região norte da cidade, num novo conjunto a ser ainda construído. A Praça deverá se transformar num circuito cultural, abrigando a sede da Orquestra Sinfônica do Estado e diferentes espaços educativos e culturais, em parceria com a iniciativa privada.Mas não o Museu da Escola, nem o Cerp. Não há mais lugar para a escola pública republicana na Praça.O prédio está sendo desocupado. O Cerp foi transferido para um bairro próximo, de um antigo órgão da Secretaria voltado para a construção de escolas e de equipamentos escolares. O Museu da Escola irá para o Instituto de Educação de Minas Gerais, antigo prédio da Escola Normal. Uma sala de exposição provisória já foi montada em seu salão nobre. Segundo fontes oficiais, o Museu será reaberto quando a Universidade do Estado de Minas Gerais, que ocupa parte do complexo, tiver sua sede transferida para outro local, mas não se sabe quando. O acervo, ao que parece, encontra-se encaixotado sem os devidos cuidados técnicos para sua conservação. ",1]
Maia.Para os belo-horizontinos, para aqueles que a cidade adotou, de passagem ou de definitivo, a Praça e seu conjunto é um marco geográfico e identitário.
Na cidade sem mar ou ponto de referência marcante, os novos habitantes sabem bem onde estão em relação a ela.É nessa Praça que foi construído o prédio que, durante anos, abrigou a Secretaria de Estado da Educação e, posteriormente, a partir de 1994, o Centro de Referência do Professor (Cerp) e o Museu da Escola, criados nesse ano.Inspirado no Musée National de L'Éducation de Rouen, na França, o Museu da Escola foi montado a partir de doações de acervos pessoais e de escolas, e constitui um dos raros museus dedicados à escola na América Latina. Abriga uma reserva técnica e reconstituições de antigas salas de aula que guardam a memória da educação pública e republicana do Estado, com ênfase na prática diária, cotidiana, do professor e de seus alunos.
Seu acervo, tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), é composto por cerca de cinco mil peças, entre mobiliário, objetos escolares, cartilhas e fotografias, que datam do século XIX e primeira metade do século XX.Esse patrimônio encontra-se agora seriamente ameaçado. O Governo do Estado decidiu transferir o centro administrativo para a região norte da cidade, num novo conjunto a ser ainda construído.
A Praça deverá se transformar num circuito cultural, abrigando a sede da Orquestra Sinfônica do Estado e diferentes espaços educativos e culturais, em parceria com a iniciativa privada.Mas não o Museu da Escola, nem o Cerp. Não há mais lugar para a escola pública republicana na Praça.O prédio está sendo desocupado. O Cerp foi transferido para um bairro próximo, de um antigo órgão da Secretaria voltado para a construção de escolas e de equipamentos escolares.
O Museu da Escola irá para o Instituto de Educação de Minas Gerais, antigo prédio da Escola Normal. Uma sala de exposição provisória já foi montada em seu salão nobre. Segundo fontes oficiais, o Museu será reaberto quando a Universidade do Estado de Minas Gerais, que ocupa parte do complexo, tiver sua sede transferida para outro local, mas não se sabe quando. O acervo, ao que parece, encontra-se encaixotado sem os devidos cuidados técnicos para sua conservação.
Não se sabe exatamente onde está. As secretarias de estado da Educação e da Cultura, esta última responsável pela implementação do circuito cultural, não dão maiores informações. Quando se pronunciam, o fazem laconicamente: trata-se de uma decisão do Governo do Estado.Ao que tudo indica, é uma decisão é irreversível, esse eufemismo para o adjetivo “autoritário”. A escola não vai ao Museu. Talvez porque, ao contrário de museus de arte e outros museus históricos, o da Escola representa uma história que se prolonga, ainda hoje, e que se prolonga como um problema. Melhor recalcá-lo, já que – museu representativo dos ideais republicanos de uma escola para educação do povo – sua presença incomoda pelo seu testemunho do que não se efetivou, daquilo que não se construiu, de um ideal ainda muito distante da realidade. O Museu testemunha um fracasso.Pode ser que a Secretaria de Cultura prefira se ocupar da Cultura com C maiúsculo: aquela corporificada nas artes de maior visibilidade, na projeção de um novo ideal de cultura (e de educação, essa palavra sempre escondida nos monumentos, mesmo os documentais, como os museus), esquecendo-se de que a escola é, por excelência, o lugar de um fenômeno elementar da cultura: o da contínua elaboração e transmissão de uma cultura comum a novas gerações. Pode ser ainda que a Secretaria de Cultura prefira se ocupar daquilo que já está morto. A escola não morreu e sobrevive como um incômodo fantasma: está distante do sonho republicano de uma educação universal e pública. Melhor mesmo escondê-la no Salão Nobre do Instituto de Educação, outro ideal fracassado. As artes do fazer escolar, seus objetos, suas fotografias e livros, os depoimentos de antigos professores talvez não tenham, para a Secretaria de Cultura, o mesmo valor exótico, o mesmo apelo ao fetiche dos ofícios mortos do recém-inaugurado e belo Museu de Artes e Ofícios. O sonho republicano, sem o apelo dos relicários, parece coisa de somenos. Está vivo ainda. Melhor tirá-lo da Praça e recalcá-lo nos porões da antiga Escola Normal. ",1]
Não se sabe exatamente onde está. As secretarias de estado da Educação e da Cultura, esta última responsável pela implementação do circuito cultural, não dão maiores informações. Quando se pronunciam, o fazem laconicamente: trata-se de uma decisão do Governo do Estado.Ao que tudo indica, é uma decisão é irreversível, esse eufemismo para o adjetivo “autoritário”.
A escola não vai ao Museu. Talvez porque, ao contrário de museus de arte e outros museus históricos, o da Escola representa uma história que se prolonga, ainda hoje, e que se prolonga como um problema. Melhor recalcá-lo, já que – museu representativo dos ideais republicanos de uma escola para educação do povo – sua presença incomoda pelo seu testemunho do que não se efetivou, daquilo que não se construiu, de um ideal ainda muito distante da realidade. O Museu testemunha um fracasso.Pode ser que a Secretaria de Cultura prefira se ocupar da Cultura com C maiúsculo: aquela corporificada nas artes de maior visibilidade, na projeção de um novo ideal de cultura (e de educação, essa palavra sempre escondida nos monumentos, mesmo os documentais, como os museus), esquecendo-se de que a escola é, por excelência, o lugar de um fenômeno elementar da cultura: o da contínua elaboração e transmissão de uma cultura comum a novas gerações.
Pode ser ainda que a Secretaria de Cultura prefira se ocupar daquilo que já está morto. A escola não morreu e sobrevive como um incômodo fantasma: está distante do sonho republicano de uma educação universal e pública. Melhor mesmo escondê-la no Salão Nobre do Instituto de Educação, outro ideal fracassado. As artes do fazer escolar, seus objetos, suas fotografias e livros, os depoimentos de antigos professores talvez não tenham, para a Secretaria de Cultura, o mesmo valor exótico, o mesmo apelo ao fetiche dos ofícios mortos do recém-inaugurado e belo Museu de Artes e Ofícios.
O sonho republicano, sem o apelo dos relicários, parece coisa de somenos. Está vivo ainda. Melhor tirá-lo da Praça e recalcá-lo nos porões da antiga Escola Normal.
A quem poderia interessa Lili, a personagem de uma cartilha que introduziu gerações e gerações de crianças no mundo da escrita, que iam esperar a chegada de seu primeiro livro nas estações de ferro de uma antiga geografia mineira? A quem poderia interessar o caderno Avante!, com seu patriotismo e apelo à defesa da Pátria, escrita com P maiúsculo? A quem poderia interessar as memórias dos professores, de seu ofício, de seus fazeres, de sua arte de ensinar? As carteiras para dois alunos, seu tampo que se levanta, suas pernas de ferro moldadas pela Usina Esperança ou pela Usina Wigg, em Itabirito, o buraco do tinteiro, as reentrâncias para os lápis e as canetas, a mão que deseja acariciar os riscos talhados a canivetes, camadas sobre camadas de uma história a ser ainda contada, a ser ainda conhecida e pesquisada?É estranho como a escola se marca na memória das pessoas comuns: eu me lembro sempre de cenas como as de Amarcord, de Fellini. Não exatamente do que se aprendia, mas do olhar crítico e zombeteiro dos alunos diante do autoritarismo, às vezes (quase sempre, vá lá) do ridículo dos professores, da camaradagem e da rivalidade entre os colegas, das fugas para tocar punheta, para passear a sem rumo, para sentir o ar das manhãs sempre perdidas nas salas. Se foi assim com Fellini, é assim com a mais contida dona-de-casa. Alguns antigos esquemas retóricos sugeriam que se organizasse o discurso como uma casa: ela serviria de apoio à memória. Como esses antigos preceitos retóricos, a entrada no Museu da Escola de um novo visitante era quase sempre acompanhado de um grito, de um susto, de uma mão ao peito: de surpresa diante da casa toda – de toda a escola e uma vida – que um simples objeto sem valor, achado em sebos, descartados por bibliotecas, fazia trazer do passado. O professor de grego que tenta manter a cinza do cigarro intacta, a professora de matemática com peitos como chifres, a crueldade cometida contra um colega mais indefeso, o medo do mais forte, o uniforme, o livro, a letra, o único verso que ficou do poema. ",1]
A quem poderia interessa Lili, a personagem de uma cartilha que introduziu gerações e gerações de crianças no mundo da escrita, que iam esperar a chegada de seu primeiro livro nas estações de ferro de uma antiga geografia mineira?
A quem poderia interessar o caderno Avante!, com seu patriotismo e apelo à defesa da Pátria, escrita com P maiúsculo? A quem poderia interessar as memórias dos professores, de seu ofício, de seus fazeres, de sua arte de ensinar? As carteiras para dois alunos, seu tampo que se levanta, suas pernas de ferro moldadas pela Usina Esperança ou pela Usina Wigg, em Itabirito, o buraco do tinteiro, as reentrâncias para os lápis e as canetas, a mão que deseja acariciar os riscos talhados a canivetes, camadas sobre camadas de uma história a ser ainda contada, a ser ainda conhecida e pesquisada?
É estranho como a escola se marca na memória das pessoas comuns: eu me lembro sempre de cenas como as de Amarcord, de Fellini. Não exatamente do que se aprendia, mas do olhar crítico e zombeteiro dos alunos diante do autoritarismo, às vezes (quase sempre, vá lá) do ridículo dos professores, da camaradagem e da rivalidade entre os colegas, das fugas para tocar punheta, para passear a sem rumo, para sentir o ar das manhãs sempre perdidas nas salas. Se foi assim com Fellini, é assim com a mais contida dona-de-casa.
Alguns antigos esquemas retóricos sugeriam que se organizasse o discurso como uma casa: ela serviria de apoio à memória. Como esses antigos preceitos retóricos, a entrada no Museu da Escola de um novo visitante era quase sempre acompanhado de um grito, de um susto, de uma mão ao peito: de surpresa diante da casa toda – de toda a escola e uma vida – que um simples objeto sem valor, achado em sebos, descartados por bibliotecas, fazia trazer do passado. O professor de grego que tenta manter a cinza do cigarro intacta, a professora de matemática com peitos como chifres, a crueldade cometida contra um colega mais indefeso, o medo do mais forte, o uniforme, o livro, a letra, o único verso que ficou do poema.
No caso dos professores, dos antigos professores, o caderno de plano de aulas despertava sempre o indicador cheios de nós em direção à vitrine: eu fazia assim; aqui eu mudava, isto não dava certo, dispersava os alunos, ah, como custei a conseguir a vaga, naquela escola distante, a mãe pedindo a intercessão do prefeito, do vereador, do deputado.Mais que objetos, além que monumentos fracassados de um ideal incômodo que fica preso a nossas mãos, sem saber onde colocá-lo, o Museu da Escola era, poderia ser, poderia tornar-se um museu também dessa cultura que não se toca, desse universo de fazeres cotidianos e saberes, de modos de exercer ofícios – o de aluno; o do professor.Este texto é para lembrar que o ideal de uma escola republicana ainda vive. É nossa forma de não deixar esquecer que aqueles objetos, aqueles materiais efêmeros e sem prestígio – os cadernos, as lousas, o giz, o mapa, o cartaz, a cartilha, o livro, a cadeira, a pena, o tinteiro, o lápis – permitem reconstituir um mundo – aquele que não se toca, imaterial, já que incorporado nas mentes e nos corpos dos que estudamos: uma cultura – a da escola e de sua inserção no espaço social mais amplo. Este texto é para fazer lembrar que essa cultura e suas conflituosas relações com o mundo social ainda se prolonga nas desigualdades de nossa escola contemporânea. Para não deixar esquecer que essa instituição não resolveu ainda suas dificuldades para, de fato, contribuir para a transmissão cultural e para a re-elaboração de uma cultura cada vez mais marcada pela diversidade, tornando-a patrimônio de todos. Para lembrar que só assim, pela ação pedagógica da escola, podem ser incorporados os princípios de apreciação ética e estética necessários para transitar pelas mais diferentes esferas de produção cultural (inclusive os belos museus mantidos pela Secretaria de Cultura). Este texto é para não deixar esquecer, aos responsáveis por esse ato – para o qual não encontro outras palavras senão ignorância e barbárie – que o recalcado sempre volta, sempre volta como ameaça e como fantasma. Como aquelas professoras e aqueles alunos que, na antiga fotografia, olham-nos fixamente do passado.",1]
No caso dos professores, dos antigos professores, o caderno de plano de aulas despertava sempre o indicador cheios de nós em direção à vitrine: eu fazia assim; aqui eu mudava, isto não dava certo, dispersava os alunos, ah, como custei a conseguir a vaga, naquela escola distante, a mãe pedindo a intercessão do prefeito, do vereador, do deputado.Mais que objetos, além que monumentos fracassados de um ideal incômodo que fica preso a nossas mãos, sem saber onde colocá-lo, o Museu da Escola era, poderia ser, poderia tornar-se um museu também dessa cultura que não se toca, desse universo de fazeres cotidianos e saberes, de modos de exercer ofícios – o de aluno; o do professor.
Este texto é para lembrar que o ideal de uma escola republicana ainda vive. É nossa forma de não deixar esquecer que aqueles objetos, aqueles materiais efêmeros e sem prestígio – os cadernos, as lousas, o giz, o mapa, o cartaz, a cartilha, o livro, a cadeira, a pena, o tinteiro, o lápis – permitem reconstituir um mundo – aquele que não se toca, imaterial, já que incorporado nas mentes e nos corpos dos que estudamos: uma cultura – a da escola e de sua inserção no espaço social mais amplo. Este texto é para fazer lembrar que essa cultura e suas conflituosas relações com o mundo social ainda se prolonga nas desigualdades de nossa escola contemporânea.
Para não deixar esquecer que essa instituição não resolveu ainda suas dificuldades para, de fato, contribuir para a transmissão cultural e para a re-elaboração de uma cultura cada vez mais marcada pela diversidade, tornando-a patrimônio de todos. Para lembrar que só assim, pela ação pedagógica da escola, podem ser incorporados os princípios de apreciação ética e estética necessários para transitar pelas mais diferentes esferas de produção cultural (inclusive os belos museus mantidos pela Secretaria de Cultura). Este texto é para não deixar esquecer, aos responsáveis por esse ato – para o qual não encontro outras palavras senão ignorância e barbárie – que o recalcado sempre volta, sempre volta como ameaça e como fantasma. Como aquelas professoras e aqueles alunos que, na antiga fotografia, olham-nos fixamente do passado.
Nota final:
Este es el post No. 16 de la serie que dedicamos a Museos Escolares. Están espaciados en el blog pero esta vez aparecen dos seguidos. Ello se debe no sólo a la necesidad de informar y sensibilizar sobre la difícil situación del Museo de Minas Gerais. Sino, además, rendir cuenta de la exacta crónica que realiza su autor


Publicado por Antônio A. Gomes

sábado, mayo 05, 2007

Museos escolares 15


Sussidio didattico per la scuola elementare(primi del novecento).
Il vapore prodottodalla caldaia fa girare la ruota
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Il ricostruire come, dove, attraverso quali metodi, materiali, strumenti il bambino è stato non solo istruito ma anche educato a condividere cultura, comportamenti e, in definitiva, valori della classe adulta è oggetto di vivo interesse non più e non solo da parte dei pedagogisti.
Il museo risponde quindi alle esigenze scientifiche di storici, antropèologi, sociologi, etnografi, psicologi, fornendo loro la possibilità di confrontarsi con una serie di materiali che generalmente non vengono raccolti, conservati ed esposti né dai musei né dalle stesse istituzioni (scuole, collegi, circoli sportivi, parrocchie, ...) che li possiedono.
Questo museo, destinato quindi alla salvaguardia di un materiale eterogeneo, intende proporsi anche all'attenzione degli insegnanti e degli educatori in genere, per contribuire al rinnovamento della didattica della storia. Ciò è particolarmente evidente nella scuola elementare dove i programmi prevedono lo svolgimento di attività di ricerca in grado di coinvolgere direttamente gli alunni guidandoli ad individuare alcuni passaggi significativi nel processo di cambiamento storico delle realtà ad essi più vicine.
Il museo, offrendo l'opportunità di un confronto con quanto è avvenuto concretamente nella "scuola in azione", permette una più ricca comprensione del lungo cammino dell'educazione individuando costanti, verificando evoluzioni, consentendo di "far tesoro di ciò che è stato per migliorare ciò che è", finendo con l'offrire la consapevolezza che "la coscienza del passato è la faccia nascosta del presente" secondo la suggestiva immagine di Giovanni Genovesi che ha dedicato alla memoria della scuola alcune pagine assai significative in un suo saggio

Dipartimento di Scienze dell'Educazione

via degli Obizzi, 21-23 - 35122 Padova

e-mail: museo.educazione@unipd.it

Responsabile scientifico c/o Dipartimento di Scienze dell'Educazionetel. +39 049 8274786 - fax. +39 049 8274546 e-mail: patrizia.zamperlin@unipd.it